
Ataque russo em larga escala contra Kiev deixa 19 mortos

Pelo menos 19 pessoas morreram em Kiev, incluindo quatro menores, em um dos maiores ataques aéreos russos contra a Ucrânia, que os Estados Unidos qualificaram nesta quinta-feira (28) como uma "ameaça" para os esforços de paz de Donald Trump.
A Rússia continua bombardeando cidades ucranianas, apesar do impulso do presidente americano para encerrar a guerra - iniciada pela invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022 -, que até o momento não trouxe resultados concretos.
O ataque atingiu áreas centrais da capital e provocou danos significativos na representação da União Europeia (UE) e no escritório do British Council.
Na manhã desta quinta-feira, as equipes de emergência e vários moradores lutavam para retirar os escombros do centro de Kiev após os ataques.
Uma bomba deixou uma cratera em um prédio residencial de cinco andares que ficou partido em dois. Uma creche e um shopping também foram atingidos.
Os socorristas retiraram dos escombros um corpo coberto de poeira e vestido com pijama, que foi colocado em um saco plástico preto.
Segundo o último balanço dos socorristas, 19 pessoas morreram, entre elas quatro menores, e outras 52 ficaram feridas.
"Os vidros voavam (...) Gritamos quando as bombas explodiram", disse Galina Shcherbak, que estava em um estacionamento próximo.
O Exército ucraniano informou que a Rússia utilizou 598 drones e 31 mísseis, incluindo dois supersônicos Kinzhal, no segundo maior ataque aéreo contra o país desde o início da invasão em fevereiro de 2022.
- Ameaça para a paz -
Zelensky chamou o ataque de um "massacre horrível e deliberado de civis".
"A Rússia não tem nenhum interesse na diplomacia. Prefere continuar matando a encerrar a guerra", acrescentou o presidente, que pediu novas sanções.
"Já foram violados todos os prazos e dezenas de oportunidades para a diplomacia foram desperdiçadas. A Rússia deve ser responsabilizada por cada ataque, por cada dia desta guerra", insistiu.
Esses ataques atrozes ameaçam a paz que @POTUS (acrônimo do presidente dos Estados Unidos) está buscando", disse no X o enviado especial de Trump para a Ucrânia, Keith Kellogg.
Os principais assessores de Zelensky têm previsto se reunir com a equipe de Trump em Nova York na sexta-feira.
O Kremlin, que afirmou ter atacado alvos militares, insistiu que "continua interessado" na diplomacia, mas que os bombardeios contra a Ucrânia prosseguirão.
"As Forças Armadas russas estão cumprindo sua missão. Continuam atacando alvos militares e paramilitares", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
"Ao mesmo tempo, a Rússia continua interessada em prosseguir o processo de negociação para alcançar seus objetivos por meios políticos e diplomáticos", acrescentou.
O ataque contra Kiev ocorre após três anos e meio da invasão russa e com as negociações de paz bloqueadas, apesar da pressão americana.
O edifício da missão da União Europeia em Kiev foi atingido durante os ataques, afirmou o presidente do Conselho Europeu, António Costa, que destacou que o bloco "não se deixará intimidar" pela Rússia.
O escritório do British Council na capital ucraniana também foi "gravemente danificado" no bombardeio, informou a instituição em sua página no Facebook.
Tanto a UE como o Reino Unido convocaram os embaixadores da Rússia.
Os governos da França e do Reino Unido condenaram o novo ataque russo.
"Putin está matando crianças e civis, e sabotando as esperanças de paz. Este banho de sangue deve terminar", escreveu o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou o "terror e a barbárie" russos, enquanto o chefe de governo alemão, Friedrich Merz, afirmou que "a Rússia mostrou sua verdadeira face" com os ataques.
X.Ahn--SG