
Exército israelense bombardeia prédio na Cidade de Gaza

O Exército israelense bombardeou, nesta sexta-feira (5), um edifício na Cidade de Gaza, a maior do território palestino que Israel se prepara para ocupar, no 700º dia de guerra contra o grupo islamista Hamas.
"O Hamas havia instalado dentro desse edifício infraestruturas utilizadas para preparar e realizar ataques contra as tropas do Exército israelense", indicou o exército em um comunicado.
"Antes do ataque, foram tomadas medidas de precaução para limitar os danos causados à população civil, incluindo avisos prévios, o uso de munição de precisão, vigilância aérea e inteligência", acrescentou a nota.
Nesta sexta-feira completam-se 700 dias da guerra em Gaza, desencadeada por um ataque do movimento islamista palestino Hamas em Israel, em 7 de outubro de 2023.
A ONU declarou em 22 de agosto passado estado de fome extrema em algumas partes da Faixa de Gaza. Israel afirma, ao contrário, que não "há fome" no território palestino e acusou o Hamas de saquear a ajuda.
Nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde instou Israel a deter a "catástrofe" das mortes por fome em Gaza, onde assegurou que pelo menos 370 pessoas morreram de desnutrição desde o início da guerra.
Israel intensificou seus bombardeios desde que anunciou seus planos de tomar a maior cidade do território palestino.
Uma hora antes do bombardeio desta sexta-feira, o Exército israelense afirmou ter "identificado uma importante atividade terrorista do Hamas em uma ampla variedade de infraestruturas na Cidade de Gaza, especialmente em edifícios de grande altura".
E advertiu que "nos próximos dias, atacará estruturas que se tornaram infraestrutura terrorista na Cidade de Gaza: câmaras, centros de comando de observação, posições de franco-atiradores e antitanques, e complexos de comando e controle".
Um infográfico animado que acompanhava o primeiro comunicado mostrava uma câmera de vídeo no alto do imóvel com um "centro de comando de observação" do Hamas e uma "rota de túneis subterrâneos".
"As notícias sobre o início dos bombardeios israelenses contra edifícios de apartamentos são assustadoras. Todo mundo está assustado e não sabe para onde ir", afirmou Ahmed Abu Wutfa, de 45 anos, que mora no quinto andar de um prédio no oeste da Cidade de Gaza.
"Meus filhos estão aterrorizados, e eu também. Não há nenhum lugar seguro, só esperamos que a morte chegue logo", disse ele por telefone à AFP.
A Defesa Civil local relatou, nesta sexta-feira, 32 mortos na Faixa, 19 deles na Cidade de Gaza e arredores, onde vivem quase um milhão de pessoas, segundo estimativas da ONU.
W.Sim--SG