
Parlamento confirma Yulia Sviridenko como primeira-ministra da Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, anunciou nesta semana uma reforma ministerial, uma estratégia para dar um novo impulso ao Executivo após mais de três anos de guerra com a Rússia, e que inclui a nomeação de Yulia Sviridenko como primeira-ministra.
Confira os principais pontos da reforma do governo ucraniano, no momento em que as negociações com a Rússia para um cessar-fogo permanecem estagnadas e os Estados Unidos prometem manter o apoio à Ucrânia.
- Vínculos com os Estados Unidos -
O presidente propôs que a então ministra da Economia, Yulia Sviridenko, substituísse Denis Shmigal como primeira-ministra e a nomeação foi confirmada pelo Parlamento nesta quinta-feira (17).
"É uma grande honra para mim chefiar o governo da Ucrânia", declarou Sviridenko, acrescentando que a guerra não permite atrasos e que é necessário "agir de forma rápida e decidida".
A nova chefe do Executivo afirmou que suas prioridades são o fortalecimento da economia, o aumento da produção de armas e uma ampliação dos programas de assistência.
Sviridenko concluiu o acordo com os Estados Unidos sobre os recursos naturais ucranianos, que quase provocou uma ruptura nas relações entre os dois países.
"Ela foi a pessoa-chave e a única que liderou estas negociações. Ela conseguiu evitar o fracasso", afirmou Timofiy Milovanov, ex-ministro da Economia que trabalhou com Sviridenko.
Vários analistas destacaram que a então ministra ganhou o respeito dos interlocutores americanos, incluindo funcionários de alto escalão do governo.
- Nova embaixadora nos EUA -
Zelensky propôs a ministra da Justiça em fim de mandato, Olga Stefanishina, como embaixadora nos Estados Unidos, uma nomeação que precisa da aprovação de Washington.
Stefanishina substituiria Oksana Markarova, uma diplomata que cultivou vínculos com o governo do ex-presidente democrata Joe Biden.
Ela também participou nas negociações para o acordo sobre os recursos minerais.
A nomeação foi uma surpresa, já que Zelensky sugeriu na semana passada que o ministro da Defesa em final de mandato, Rustem Umerov, que participou nas negociações com a Rússia, poderia ser o novo embaixador nos EUA.
- Aumento da influência presidencial? -
Os rivais do presidente ucraniano o acusam há muito tempo de buscar consolidar seu poder e alguns críticos afirmam que a nomeação de Sviridenko é uma nova etapa no processo.
A nova premiê é considerada próxima do poderoso conselheiro da presidência Andrii Yermak.
"É óbvio que a influência presidencial vai aumentar", declarou à AFP o deputado de oposição Mikola Kniazhitskyi.
"As autoridades continuam com uma política de centralização e rejeitam o diálogo", afirmou.
- Outras mudanças -
O presidente ucraniano sinalizou que o premiê em fim de mandato, Denis Shmigal, com um perfil mais tecnocrata, pode assumir a pasta de Defesa.
Para o analista Volodimir Fesenko, a nomeação de Shmigal para esse posto pode colocar "ordem" neste ministério abalado por escândalos de corrupção.
Após votar pela nomeação da nova primeira-ministra, os parlamentares devem aprovar seu novo governo e os analistas políticos indicaram que também pode haver mudanças no Ministério da Energia.
A.Kim--SG