
Petro denuncia segurança reduzida antes de pré-candidato à presidência ser baleado

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, denunciou, nesta segunda-feira (9), que o dispositivo de segurança do senador e pré-candidato da oposição à presidência Miguel Uribe, "foi reduzido estranhamente" antes de ele ser baleado.
No sábado, o líder do Centro Democrático, principal partido de direita do país, levou três tiros durante um evento de campanha em Bogotá. Ele está em uma unidade de terapia intensiva com prognóstico reservado.
Petro assegurou que o número de seguranças foi reduzido "no dia do atentado", passando de "sete para três pessoas" antes do ataque, segundo ele afirmou na rede social X.
Na Colômbia, a segurança de políticos de alto perfil e pessoas ameaçadas fica a cargo de uma entidade oficial denominada Unidade Nacional de Proteção (UNP).
Nesta segunda, o advogado do senador disse ter apresentado uma denúncia penal contra o diretor da estatal UNP, pois este ano fez mais de 20 pedidos para reforçar o dispositivo de segurança de seu cliente, mas supostamente não foi atendido.
O jurista pediu à Procuradoria para abrir uma investigação que "estabeleça se, por omissão, o Estado deixou" Uribe "indefeso".
No entanto, a procuradora-geral, Luz Adriana Camargo, disse à imprensa que Uribe tinha um esquema de segurança igual ao de outros congressistas: sete guarda-costas e dois veículos blindados.
Em coletiva de imprensa concedida nesta segunda-feira para informar sobre os avanços da investigação, a procuradora não mencionou que o dispositivo tenha sido reduzido.
Um adolescente de 15 anos foi capturado pelos guarda-costas de Uribe como suspeito de tentar assassinar o pré-candidato ao pleito presidencial de 2026.
Vídeos de câmeras de segurança mostram o menor sendo perseguido por uma dezena de pessoas.
- 'Pouca resposta ao tratamento' -
Uribe, de 39 anos, foi atingido por dois projéteis na cabeça e outro no joelho, segundo os paramédicos. Ele passou por uma cirurgia na madrugada de domingo.
A clínica Fundação Santa Fé de Bogotá informou, nesta segunda, que "ele teve pouca resposta às intervenções e ao tratamento médico prestado".
"Seu estado é extremamente grave. Portanto, o prognóstico permanece reservado", acrescentou no comunicado.
A procuradora-geral afirmou, nesta segunda, que o adolescente capturado poderia ficar até oito anos privado de liberdade se for considerado culpado, embora não em uma presídio comum por ser menor de idade.
Camargo acrescentou na coletiva de imprensa que o adolescente foi operado devido a um ferimento a bala em uma perna antes de ser detido. Ele será interrogado quando se recuperar totalmente do ferimento, acrescentou a procuradora.
Uma das hipóteses é que ele tenha sido contratado por uma "rede de sicários" que busca menores para executar "condutas graves como" o atentado contra Uribe.
As autoridades ainda buscam os autores intelectuais do crime.
Uribe não denunciou à Procuradoria ter recebido ameaças de morte, segundo Camargo.
- Arma comprada nos EUA -
Segundo o ministro da Defesa, Pedro Sánchez, estão sendo consideradas várias hipóteses sobre os motivos do atentado. Uma delas é que se tratou de uma mensagem contra o partido Centro Democrático, liderado pelo influente ex-presidente Álvaro Uribe.
O ex-presidente, que governou entre 2002 e 2010, denunciou, por sua vez, outro suposto ataque. "A inteligência internacional me informa da preparação de outro atentado contra mim", afirmou no X.
Segundo o ministro Sánchez, outra hipótese é que o ataque de sábado seja uma tentativa de "desestabilizar" o governo do presidente de esquerda Gustavo Petro, a quem setores da direita acusam de incitar ódio contra a oposição.
- Segurança reforçada -
O atentado contra o senador Miguel Uribe Turbay adiciona tensão à corrida presidencial, que está apenas começando.
Em meio a fortes disputas entre a esquerda de Petro e a oposição que busca recuperar o poder, vários políticos anunciaram suas aspirações presidenciais. Uribe fez isso em outubro do ano passado e já participava de comícios.
O general Triana afirmou que o Estado reforçará a segurança de pelo menos 30 pré-candidatos.
O primeiro turno das eleições presidenciais será em 31 de maio de 2026 e, se necessário, o segundo turno está previsto para 21 de junho.
V.Bae--SG