
Míssil disparado do Iêmen cai perto do aeroporto de Tel Aviv

Um míssil atingiu o perímetro do principal aeroporto de Tel Aviv, em Israel, neste domingo (4), ferindo seis pessoas, em um ataque reivindicado pelos rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã.
O Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, prometeu uma resposta "sete vezes mais forte" e o governo anunciou uma reunião do gabinete de segurança a partir das 16h00 GMT (13h em Brasília).
"Agimos contra eles no passado e agiremos no futuro, mas não posso dar detalhes (...) Não será um único golpe, serão muitos golpes" disse o primeiro-ministro Netanyahu em um vídeo publicado em seu canal do Telegram.
O lançamento ocorreu por volta das 09h20 (03h20 de Brasília), de acordo com os militares israelenses, e, apesar de várias tentativas, não pôde ser interceptado.
O impacto no aeroporto internacional Ben Gurion, na região de Tel Aviv, deixou uma grande cratera e forçou a interrupção do tráfego aéreo.
O disparo foi reivindicado pelos rebeldes huthis do Iêmen, aliados do movimento palestino Hamas, que têm atacado Israel com mísseis e drones desde o início da guerra em Gaza.
Segundo um comunicado dos huthis transmitido pela televisão Al Masirah, trata-se de "um míssil balístico hipersônico que atingiu seu alvo com sucesso".
O Hamas saudou, por sua vez, a "precisão" do disparo.
De acordo com um fotógrafo da AFP, o míssil caiu perto da área de estacionamento do Terminal 3, o mais importante, e deixou uma cratera a cem metros da pista de pouso.
A companhia aérea alemã Lufthansa anunciou a suspensão dos voos para Tel Aviv até terça-feira. A mesma decisão foi anunciada pela Air India e a British Airways, até terça e quarta-feira, respectivamente.
O chefe de polícia da região central de Israel, Yair Hezroni, em um vídeo que mostra a torre de controle do aeroporto ao fundo, explicou que "uma cratera de várias dezenas de metros de largura e também várias dezenas de metros de profundidade" se formou.
"É a primeira vez que um míssil cai tão perto do terminal e das pistas de pouso", disse à AFP um porta-voz da autoridade do aeroporto.
- "Nos salvamos por pouco" -
"O que aconteceu esta manhã não acontecia há muito tempo. Há vários meses foguetes caíram perto do aeroporto, mas hoje nos salvamos por pouco", disse à AFP um dirigente de uma companhia aérea estrangeira.
Israel já realizou vários ataques contra alvos huthis no Iêmen. Este grupo apoiado pelo Irã já havia reivindicado a autoria pelos disparos contra o aeroporto.
Na sexta-feira, eles dispararam dois mísseis contra Israel, com várias horas de diferença, mas o Exército israelense afirmou tê-los interceptado.
O porta-voz militar dos huthis, Yahya Sari, afirmou em um vídeo que o grupo havia atacado uma instalação militar no centro de Israel com "um míssil hipersônico Palestina 2".
Os rebeldes huthis controlam grande parte do Iêmen devastado pela guerra, incluindo a capital Sanaã, a mais de 1.800 km da fronteira sul de Israel.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento islamista Hamas ao território israelense em 7 de outubro de 2023, os huthis têm lançado frequentemente ataques com mísseis e drones contra Israel em solidariedade aos palestinos.
Também atacam embarcações que consideram ligadas a Israel no mar Vermelho, uma área essencial para o tráfego marítimo global.
Depois que Israel quebrou uma frágil trégua de dois meses em Gaza em 18 de março, os huthis retomaram os ataques a Israel.
Os Estados Unidos, sob o comando do presidente Joe Biden, começaram a atacar as posições destes rebeldes do Iêmen em janeiro de 2024 para forçá-los a parar de atirar. A campanha se intensificou após o retorno de Donald Trump à Casa Branca em janeiro.
Em abril, o Pentágono disse que havia atacado mais de 800 alvos no Iêmen desde meados de março, matando centenas de "combatentes" e vários líderes.
No terreno em Gaza, 16 pessoas morreram, incluindo pelo menos três crianças, em bombardeios israelenses neste domingo, indicou a Defesa Civil do território.
De acordo com uma declaração militar na manhã do mesmo dia, o Exército israelense atacou "mais de 100 alvos terroristas em toda a Faixa de Gaza" nos últimos dois dias.
A.Byun--SG